Conto – Conheço meu Assassino – Capítulo III

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Conheço meu Assassino

III

Era um dia comum na cidade, padres nas igrejas e fieis em seus casulos, ou quase isso. Faziam dois dias da entrevista que o pequeno André dera na radio, foram poucas palavras, mas o suficiente para todo tipo de jornais sensacionalistas reproduzirem o relato por todos os tipos de mídias possíveis. Este tipo de noticia costuma andar muito rápido, e no meio certo, voar. È o caso da “Congregação Cruzada De Milagres” e “Centro Espirita Da Pedra De Fogo” que começavam a se amontoar, a historia para um era invenção da criança e besteira de quem a alimentava e pra a outra a historia era uma afirmação da reencarnação.

Não obstante os motivos muitos adeptos se aglomeravam em frente da mansão de Rony e Marcia em busca de uma oração ou coisa parecida, médiuns apareciam para fazer uma seção e ajudar o menino, além dos curiosos que apareciam só pra filmar e tirar fotos e compartilhar aquele que parecia um caso de histeria coletiva.

— Já viu como esta a frente de nossa casa? — Perguntou Marcia, entrando no escritório de Rony que falava ao telefone.

— Não, esta tudo de acordo então. Podem começar agora mesmo. Eu soube hoje que o caso foi reaberto, mas não me pergunte o porquê. Também ouvi que um investigador não esta tão certo disso, em todo caso não nos envolvemos. — Falava ele sentado na cadeira. Na sua mesa repousara vários pacotes de dois quilos de cocaína e no divã dois dos seus comparsas.

— Andem, tirem isso daqui, só quero vê-los agora se for com meu dinheiro. — Gritou Rony, ao ver Marcia parada de braços cruzados na porta. — O que quer, amor?

— O que pode fazer por toda esta barulheira? Não aguento mais. — Reclamou ela.

— Não posso fazer nada, estão na rua, mas já telefonei para a delegacia e caracterizei-os como um motim, não deve demorar. — Apagou o cigarro e se levantou. — Agora só me importo com o bem esta do meu filho. Já falou com ele hoje?

— Não, ia fazer isso agora. — Marcia já estava acostumada em ser deixada de lado algumas vezes, Rony só pensara no filho. O herdeiro que precisa de tudo para herdar o negocia, em bora ele não soubesse que negocio seria esse.

— Pois, não precisa, deixe que eu estou indo lá. — Passou por ela dando-lhe um beijo na testa e seguiu ao quarto do filho.

Duas batidas. Não esperou a resposta e foi entrando no quarto. O menino estava na janela vendo todo aquela movimentação na janela e virou-se com um olhar frio e sanguinário que faria qualquer um temer, se ele não tivesse pouco mais de um metro de altura.

Enquanto os dois conversavam começou a surgir no meio da confusão, foram pessoas alegando ter conhecido o homem da delação, inclusive com nomes e tudo mais. Aquilo parecia estranho para algumas pessoas ali, já que não houve, até então, nenhum tipo de informação dada pelo menino sobre as características do assassino e de si mesmo no passado.

— Eu o conheço! Sei quem ele era na outra vida, da cidade de onde vim houve um assassinato como o descrito por ele, sem tirar nem por! — O homem abatido parecia ter um problema grave de nutrientes, era magro como uma porta. Ele poderia fazer qualquer coisa por um prato de comida. — Acharam o corpo no lixão e tudo! Ele era meu amigo.

— Ele tem razão! — Gritou outro. — Uma vez comprei um carro com ele, gente fina, seu nome …

Rony já saia do quarto, a conversa não foi muito demorada e pela expressão no rosto de André, não muito proveitosa também. Ele fecha a porta e segui para a sala. Já no sofá liga a gigante TV grudada na parede e faz outra ligação.

— Hei! — Rony rosnou para Fábio. — Trate de parar de compartilhar esta historia. Meu menino está muito abalado. Isto esta indo longe de mais, e pode sobrar para mim. Sabe que não posso receber ibope.  Tem uma multidão aqui na frente e talvez isso ajude a dissipa-los. — Rony não pediu por isso, mas agora que as coisas saíram do controle só pode esperar um desfecho. Ele foi o responsável por deixar a historia de seu filho ir para os meios de comunicação agora tem de tira-lo, e “talvez com mais informações sobre o caso ele não se sustente”, foi o que pensou. — Já conseguiu o que queria, agora pare com isso. — Ele intimou Fábio, embora isso não fosse novidade entre os dois. Foram longas datas de historia.


——  Marcos G Plymouth

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