Conto – Conheço meu Assassino – Capítulo V

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Conheço meu Assassino

V

— O caso demandou algum tempo para a aquisição de todas as informações necessárias, precisamos de todas as informações possíveis de todos os dois casos. Por isso tivemos que tomar depoimento dos atuantes no caso primário, de assassinato, junto com os policiais, corpo de legistas, testemunhas e réus, do caso primário e do secundário. Assim como também era necessário tomar o depoimento dos participantes do caso secundário, de delação, são o delator, a criança, sua família, pai e mãe, alguns empregados da escola onde a historia começou, e pessoas que tiveram contato com ele no inicio dos comentários. Esse processo demandou dois meses completos, e mais quinze dias de tramitação, damos inicio ao julgamento. — Disse o promotor.

Depois de muita discordância, houve uma busca pelo suspeito relatado um foi preso, outrora fora réu no caso, que agora volta a tona. O caso estava a ser revisto, juntamente com o responsável pela acusação formal, o malsim, o chefe de policia, e o advogado do réu, para um, provável, futuro julgamento.

— Estas são as acusações: Homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, a execução do homicídio foi meticulosamente calculada e não casual por motivos incertos; por sequestro e cárcere privado; e por ocultação de cadáver. — O comandante virou a pagina e continuou a leitura. — Como base, as seguintes: O corpo fora achado onde a criança dissera; o motivo da morte foi o mesmo: dois tiros no rosto; os nomes, relações e retratos da vitima condizem com o relatado; o retrato físico do criminoso condiz com o réu já julgado em outra instancia, cujo investigação fora aberta vide recebimento de novas evidencias, para questão de clareza listo aqui: filmagem de sua loja, antes perdida. Esta claro que se tratam do mesmo crime assim como a culpabilidade do réu.

— Vocês percebem que esta acusação esta baseada somente em julgamento religioso, certo. Isto é inadmissível para um julgamento serio! — O advogado de defesa explodiu com o comandante e o promotor.

— Respeito em minha sala. — Repreendeu o Juiz que até então ouvia tudo quieto.

— Proponho uma retirada da queixa e acusações e esquecimento do caso. — Completou o Advogado.

— Quanto ao julgamento do réu baseado nas alegações de uma criança parece-me loucura, nisso eu devo concordar com o senhor, embora as redes parecem não pensar o mesmo. Contundo com todas estas informações, isso não podem ser somente coincidência, porem tenho uma visão, que difere da sua, sobre isso: assumindo a impossibilidade da criança saber tais informações sobre o ocorrido sem que esteja lá, acredito que ela teria sido induzida a tais alegações, este seria o mandante do crime que busca. — Alertou olhando diretamente para todos na sala. — Ainda arrisco aponta-lo: O pai da criança. — Aquele advogado sentira aquelas palavras como um peso, em meio a admiração a astucia do promotor, entendeu aquilo como uma possibilidade de confissão para seu cliente. A redução da pena, nestas novas circunstancias, seria sua única saída. — Também não vejo os casos separados, e existem evidencias suficientes da antiga investigaçao, o achado do corpo, agora reaberto, para indiciar o réu ao menos a homicídio doloso qualificado.

Não tendo mais o que falar, e vendo que aquilo não poderia se resolver ali, todos assentiram calados para o Juiz que deflagrou.

— O caso vai a julgamento. Esperem as datas no diário oficial, receberão os ofícios, até lá editem suas linhas de acusação e defesa. Vejo-os no tribunal. — Bateu o martelo no tapume de madeira.


——  Marcos G Plymouth

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